Um atrativo turístico único no mundo
Lílian Ximenes é ilustradora científica pelo CENEX – UFMG, bacharel em design gráfico pela Escola de Design da UEMG e fisioterapeuta pela PUC Minas. Tem verdadeiro amor pela natureza da Serra do Espinhaço, onde já realizou trabalhos como a ilustração científica para a pesquisa “Beija-flores e seus recursos florais em uma área de campo rupestre” da ornitóloga phD Licléia Rodrigues. Lílian é uma das autoras do recém-lançado livro infantil “A Menina Ema e a vida secreta do Espinhaço”, é idealizadora do projeto Cadernos Naturalistas já realizado no programa Escola no Parque, oferece cursos de ilustração na Semana do Cerrado Vivo, realiza com Carol Fillizola e Marcelo de Podestá, a experiência gastronômica Sabores do Cerrado, é integrante do movimento Conspiração Cerrado e coordena a Expedição de ilustração botânica com Dulce Nascimento na Serra do Cipó.
A seguir Lílian fala um pouco da potência da flora da nossa região enquanto atrativo turístico e possibilidades de interação com essa paisagem tão preciosa que temos.
Foto: Flora do Espinhaço - Luiza Kot
A Região Turística da Serra do Cipó está localizada na Cordilheira do Espinhaço, um complexo montanhoso que ocorre nos estados de Minas Gerais e Bahia. É considerada uma das maiores áreas de biodiversidade do país e em conjunto com sua geologia formam um ecossistema único no planeta. Importantes sítios arqueológicos, inúmeras grutas, rios, vales e campos conformam cenários de tirar o fôlego!
Coroando este relevo, acima de 900 metros de altitude, estão os Campos Rupestres, uma das regiões com maior diversidade vegetal do planeta Terra!
Os Campos Rupestres fazem parte do bioma Cerrado, com milhares de plantas ornamentais, alimentícias, medicamentosas e funcionais responsáveis por manter harmônico este berço das águas do Brasil e da América do Sul. Além do Cerrado, a Região Turística da Serra do Cipó também tem áreas cobertas pela Mata Atlântica, que mesmo reduzida e fragmentada no Brasil, ainda abriga mais de oito mil plantas endêmicas, ou seja, espécies que não existem em nenhum outro lugar.
A beleza da flora dessa região sempre atraiu e encantou seus visitantes, desde os primórdios da colonização no Brasil. Langsdorff, Rugendas, Saint-Hilaire, Von Martius e George Gardner passaram por aqui, fizeram registros maravilhosos e ficaram impressionados com as paisagens locais.
Ilustradores botânicos de diferentes estados do Brasil e de outros países tem visitado cada vez mais a região buscando ver pessoalmente belezas do mundo vegetal que só existem aqui. Os Campos Rupestres constituem uma das áreas mais diversas do planeta. Para se ter uma ideia, embora ocupe apenas 1% do território brasileiro, esse ecossistema resguarda 15% de todas as espécies de plantas encontradas no país.
Acredita-se que sua biodiversidade possa ser inclusive maior do que a de florestas como a Mata Atlântica ou a Amazônia. Nele vive uma flora espetacular adaptada a variações de 3º a 75º sobre as rochas. O ecossistema abriga mais de seis mil espécies de plantas catalogadas e ainda há muito a ser descoberto. Vochysia elliptica, Lychnophora phylicifolia, várias espécies da família Velloziaceae, como a Vellozia variabilis, a Vellozia compacta, a Barbacenia macrantha. Melastomaceaes como a Lavoisiera cordata e a Lavoisiera campos-portoana. Eriocaulaceaes e seus inúmeros Paepalanthus, conhecidos como “sempre-vivas”, um dos cartões postais da Serra do Cipó.
Fotos: Flora do espinhaço - Luiza Kot
Um dos mais novos atrativos para o turismo ecológico é o Santuário das Vellozias. Como protagonista desta trilha, que será lançada este ano, encontramos uma população de Vellozias giganteas, espécie tão rara e importante que fundamentou a criação do Parque Nacional da Serra do Cipó, juntamente com a necessidade de proteção da bacia do Rio Cipó, fauna e flora com alto grau de endemismo, da preservação de inúmeras cachoeiras, grutas, cânions, paredões, cavernas e trilhas. O Parque Nacional da Serra do Cipó foi criado há exatos 40 anos e desde 2015 a Região da Serra do Cipó foi declarada pela UNESCO, por estar na Cordilheira do Espinhaço, como uma Reserva da Biosfera.
Fotos: Santuário das Velozzias - Luiza Kot
Durante o ano há muitas atividades artísticas relacionadas a flora. Dentre as que já organizei, estão as oficinas de ilustração na Semana do Cerrado Vivo, que ocorre anualmente em setembro; as oficinas de desenho Cadernos Naturalistas, parte do programa Escola no Parque e as expedições de ilustração botânica com a Dulce Nascimento, atividade apoiada também pelo ParnaCipó.
No próximo outubro realizaremos a quarta expedição de ilustração botânica com Dulce Nascimento aqui no município de Santana do Riacho no Distrito da Serra do Cipó. Com esta turma de 2024 totalizaremos já a formação de 50 artistas dedicados neste programa de imersão que criamos exclusivamente para os Campos Rupestres e Cerrado Mineiro! Dulce Nascimento é uma das aquarelistas botânicas mais atuantes no Brasil, tendo realizado mais de 45 expedições de ilustração botânica na Amazônia e formado centenas de aquarelistas brasileiros e estrangeiros. Ela também se encantou pelas belezas do reino vegetal da Cordilheira do Espinhaço.
Fotos: Expedição de ilustração botânica com Dulce Nascimento na Região Turística da Serra do Cipó - Lílian Ximenes
SE LIGA NESSA AGENDA =) :
Em setembro, no dia 27 de setembro, haverá uma oficina @cadernosnaturalistas na Semana comemorativa dos 40 anos do Parque Nacional da Serra do Cipó. Para mais informações sigam a página oficial do parque no Instagram: @parnadaserradocipo
Em outubro, entre os dias 17 e 23, acontecerá também uma expedição de ilustração botânica em modalidade de curso imersivo de aquarela com Dulce Nascimento. As informações são diretamente com Lílian Ximenes. @lilianximenes
Para mais informações sobre essas atividades no Parque Nacional da Serra do Cipó sigam a página oficial do parque no Instagram @parnaserradocipo
Venha vivenciar o Espinhaço!
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